domingo, 17 de maio de 2009

MEMÓRIA DO DISCO

DA CERA AO VINIL, UMA TRAJETÓRIA DE SUCESSOS:

Tudo começou com os precários cilindros de fonógrafo, inventados por Thomas Edison, no Século XIX e substituídos pelas chapas de cera. As chapas de cera eram mais fáceis de manusear e, principalmente, de fabricar. Assim, a fabricação dos fonógrafos foi intensificada, o que resultou na popularização dos discos e dos aparelhos. Com isso, aumentou a busca por músicos, cantores, compositores e artistas para que apresentassem novidades e movimentassem essa indústria do entretenimento, que começava a crescer assustadoramente.

No início da década de 20, a indústria fonográfica movimentou grandes somas de dinheiro e dava vida aos primeiros ídolos da música popular. No Brasil, Francisco Alves. Nos Estados Unidos, Bing Crosby.

Até então, o que rolava nos "tocas" da época, eram os pesados bolachões de 78 rotações, onde eram gravadas apenas duas faixas por disco, ou seja, duas únicas tentativas de atingir as paradas de sucesso.

No lado A, era gravada a música que os donos das fábricas de disco acreditavam ser de maior apelo musical e, que consequentemente, seriam as mais executadas em todas as rádios. No entanto, muitas vezes, a faixa que virava hit-parade era a do lado B. E quando nenhuma das duas emplacava, era o fim, e o disco saía logo de circulação.

Nessa época, muitas vezes, o dono da gravadora ou da fábrica de discos fazia o papel de "produtor musical". E como em todo negócio onde os custos de produção são relativamente baixos e a margem de lucro bastante elevada, a palavra mágica era "vender".

Em meados dos anos 20, com o advento das gravações elétricas, a qualidade das gravações melhorou muito. A partir daí, até a década de 40, apesar de algumas crises, o mercado cresceu e transformou-se, junto com o fenômeno das transmissões radiofônicas, num dos pontos fundamentais para a consolidação da indústria do entretenimento.

O grande problema que mudou, mais uma vez, a trajetória do disco, veio com a Segunda Guerra Mundial, onde o racionamento de cera, matéria-prima indispensável na fabricação do disco, resultou na diminuição da produção e na necessidade urgente de se buscar um substituto à altura. Assim, surge o VINIL, como uma alternativa prática, barata e que resultava em um produto de características mais flexíveis e dinâmicas. Estavam extintos as placas de cera...

O advento do disco de vinil promoveu uma grande revolução na história da gravação: nascia o LONG-PLAY, ou simplesmente, nosso velho e querido LP. Girando em uma velocidade angular de 33.1/3 rpm, ao invés das 78rpm das chapas de cera, o LP multiplicou por quatro o tempo de duração de um disco. Normalmente, são gravadas seis músicas de cada lado e, quase sempre, vem com uma capa impressa em papel cartão.

Desenvolvido por Peter Goldmark, o vinil micro-sulcado de longa duração, foi apresentado para o mercado pela Gravadora Columbia em junho de 1948. Um toca discos com uma plataforma giratória, com um braço ultra-leve e agulha fono-captora de safira acompanhou esse lançamento, transformando os primeiros discos em produtos eficientes e de grande qualidade.

Assim, a trajetória do disco passou pelas tentativas de Edison em produzir um disco que tocasse por mais de quatro ou cinco minutos. Em 1927, Edison conseguiu essa proeza através de um sulco fino e uma minúscula agulha de diamante para reproduzir mais de 22 minutos de cada lado, nos grossos bolachões de 78rpm.

Vitor, em 1932-33, reduziu a velocidade para 33.1/3rpm, usando um sulco ainda mais fino e extremamente preciso. No entanto, a grande crise econômica e os braços de toca-discos muito pesados conspiraram para assegurar o fracasso dos bolachões de 78 rotações.

Em 1948, com o amplo uso do plástico, o LP atinge o topo do mercado fonográfico, reinando absoluto por mais de 40 anos. Para o artista popular, isso significou a possibilidade de gravar discos que não fossem apenas uma tentativa desesperada de atingir as paradas de sucesso. Da mesma forma, os compositores ficaram mais tranquilos para criar suas obras, podendo, inclusive, agrupá-las, tematicamente.

Os primeiros LPs, geralmente, continham coletâneas de gravações já editadas em discos de 78rpm. No entanto, essa tecnologia proporcionava muito mais do que apenas agrupar, no mesmo disco, um punhado de sucessos.

VINIL:

Material durável e de custo muito baixo, com o qual eram feito os discos. Foi introduzido no mercado com o lançamento dos discos de 45rpm e dos LP´s, em 1949. Alguns discos, embora sendo considerados de vinil, eram de poliestireno (polyestirene), um tipo mais econômico de material que perdia a qualidade de reprodução após ser utilizado algumas vezes.

VINIL COLORIDO:

Em geral, os discos de vinil eram pretos. Como recurso promocional, algumas gravadores lançaram o vinil colorido, especialmente, no segmento de discos infantis. Os discos de vinil colorido, hoje, são bastante disputados entre colecionadores, por serem considerados uma raridade.

LADO A:

Os melhores "hits" do artista aparecem no Lado A dos disco. Ocasionalmente, um sucesso do lado B surpreende e emplaca mais do que os do lado A. Isso aconteceu com " I Wanna be Your Man", do Album "Stoned", dos Rolling Stones, considerado uma raridade entre os colecionadores.

LADO B:

É o lado destinado às musicas de menor sucesso do disco e, acabou virando sinônimo de músicas sem muita importância. No entanto, é capaz de surpreender...

RÓTULOS:

Os primeiros rótulos de papel surgiram em 1900, nos produtos da Consolidate Talkin Machine Company, precursora da Victor, Filadélfia. Os discos de 7 polegadas, então, receberam um rótulo com o título " Improved Gramophone Record" e eram impressos em preto e ouro.

Essa foi uma pequena retrospectiva da história do disco de vinil, que em 1998, completou 50 anos. Em 1992, com o advento do CD, foi decretada a morte dos LP´s , que, ao contrário do que se pensa, continuam muito vivos, nas prateleiras dos colecionadores e no coração daqueles que se consideram "loucos por vinil".

Fontes:
Textos e Imagens:

2 comentários:

  1. Oi Kika,

    muito dez a tua iniciativa. Pode contar conosco para participação aqui.
    Sobre a Jovem Guarda, vale lembrar a força que o movimento tinha no imaginário popular. Os temas são cantarolados por todos/todas que têm meia idade, hehe.
    abração

    Beto e a galera da casa aberta.

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  2. Sobre o vinil/discos e o processo de massificação da música, vale pensar o que isso permitiu. A música, antes disso, era executada uma única vez. Sempre ao vivo. Perdeu-se essa aurea de interpretação única, mas ganhamos a companhia do som, como um todo, em qualquer lugar. As trilhas sonoras invadiram as vidas no século vinte. O que era apenas pela rádio ou ao vivo, virou presença em todos os lares e lugares.

    inté

    Beto e galera da casa aberta

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